terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Máquina


Trabalha mecanicamente. O mais rápido possível. Obedece a comandos externos. Não pensa. Só obedece. Trabalha, trabalha, trabalha. Poucas falhas tem. Pelo menos é o que supõe. Em sua complexa estrutura, programas incompreensíveis. Não tem descanso. Frenética e ininterruptamente, trabalha. Não conhece feriados, férias, direitos. Só conhece o trabalho. Afinal, quer enriquecer. Não sente, não raciocina. Não se importa com seu entorno. Só consigo mesmo. Não tem defeitos, a seu ver. Mesmo assim, sempre precisa de alguém para consertá-lo. É cego. É um mal. O Mal da Humanidade. A máquina que despreza seus semelhantes. Só pensa em si. Destrói, trabalha, extermina. Tudo. Espalhou-se em todo o globo na forma de um vírus inelutável. Sua passagem deixa rastros hediondos. Aprecia o dinheiro e o poder. Faz de tudo para obtê-los. Tudo...

Não, não é uma máquina, um vírus ou algo oriundo dos avanços tecnológicos. Não é algo artificial. Ao menos não em teoria. É um ser pensante, o qual ainda chamam – mereceria ele tal alcunha? – de humano.

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